A Havana de Vives Escravidão e vadiagem na dinâmica urbana da capital cubana (1823-1832)

Autores

  • Ynae Lopes dos Santos Fundação Getulio Vargas

DOI:

https://doi.org/10.46752/anphlac.20.2016.2487

Resumo

o presente artigo pretende analisar a dinâmica urbana de Havana durante o governo do Capitão General Francisco Dionísio Vives (1823-1832). Durante os nove anos em que esteve no poder, Dionísio Vives administrou uma cidade que convivia com o crescimento vertiginoso da população escrava e, consequentemente, com a diminuição da oferta de trabalho para a população pobre. Tais condições criaram uma série de situações que poderiam colocar a segurança e a ordem de Havana em risco. Coube ao Capitão General Dionísio Vives, assegurar que isso não ocorresse, mantendo assim a capital cubana como uma das maiores cidades escravistas das Américas.

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Biografia do Autor

Ynae Lopes dos Santos, Fundação Getulio Vargas

Professora do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil CPDOC/FGV

Especialidades: História Atlântica, Escravidão nas Américas, História da África, Escravidão urbana, Memória daescravidão e Ensino de História.

Bacharel e Licenciada (2003/2004) em História pela Universidade de São Paulo, mestre (2007) edoutora (2012) em História Social pelo programa de Pós Graduação em História Social daFFLCH/USP

Tem experiência na área de História Social, com ênfase em História Atlântica e Ensino de História,atuando principalmente nos seguintes temas: escravidão, América Ibérica, formação dos estados Nacionais, cidades escravistas, e ensino de História e Memória da escravidão. No âmbito doPrograma de Formação de Quadros Profissionais do CPDOC, desenvolveu a pesquisa “À beira do Rio. Escravidão urbana no Rio de Janeiro como ferramenta para o estudo da História, memória e doEnsino de História”. É autora dos livros: “Além da Senzala. Arranjos escravos de moradia no Rio de Janeiro (1808-1850)” (São Paulo, HUCITEC, 2010) e “Licenciatura em História da África” (Rio de Janeiro PUC-Rio, 2011).

Referências

Archivo Nacional de Cuba. Miscelanias, lejago 969 B, 1825.

Na sessão de manuscritos da Biblioteca Nacional (do Brasil) estão arquivadas algumas das cartas trocadas entre Francisco Stoughton e Dionísio Vives. Nessa documentação é possível observar que Havana era um das regiões de domínio espanhol que não só havia jurado fidelidade ao Rei Fernando VII, não seguindo a onda independentista de regiões próximas. Cf. Biblioteca Nacional. Manuscritos, Documentos: I,28,14,41/ I,28,14,003/ I,28,14,39.

GERRA Y SCANHEZ. Op. Cit.

Archivo General de Indias. Estado. Legajo 90, nº 100, 1823.

Archivo Nacional de Cuba. Intendencia General de Hacienda. Legajo 230, nº 8, 1823.

Archivo Nacional de Cuba. Intendencia General de Hacienda. Legajo 941, nº 32, 1823.

Segundo o Slave Trade Database, entre os anos de 1797 e 1832 (intervalo que se inicia com o fim do governo de Luis de las Casas e vai até o final da administração de Dionísio Vives) entraram aproximadamente 400 mil africanos escravizados em Havana. Ver: http://www.slavevoyages.org/estimates/XVpeJxmW

Archivo Nacional de Cuba. Intendencia general de Hacienda, Legajo 7, nº 64, 1826.

A rebelião de Aponte foi um evento ocorrido em 1812, liderado pelo negro livre José Aponte , que envolveu escravos e libertos de diferentes regiões de Cuba, cujo objetivo principal era abolir a escravidão na ilha, em semelhança com o que ocorrera em Saint-Domingue. Importantes obras que analisaram esse episódio são: BETANCOURT, Juan R. El Negro: Ciudadano del Futuro: O todos somos felices, o nadie podrá ser feliz. Havana, Talles Tipográficas de Cárdenas y Cia., 1959. FRANCO, José Luciano. Las Conspiraciones de 1810 y 1812. La Habana, Editorial de Ciencias Sociales, 1977 (publicado pela primeira vez em 1963). CHILD, Matt. The 1812 Aponte Rebelion in Cuba and the struggle against Atlantic Slavery. North Carolina, The Univeristy of North Carolina Press/ Chapel Hill, 2006.

Ao analizar o “estado general de las entradas y salidas que tuvo el Real Consulado desde 15 de octubre de 1794 que se estableció el derecho hasta 1831”, Pezuela apontou que os gastos (geralmente anuais) que o Real Consulado tinha na manutenção do Deposito de Cimarrones. Cf.: PEZUELA, J. Diccionario geográfico, estadistico, historico, de la Isla de Cuba. Tercero Tomo. Madrid, Establecimento del Mellado, 1863, pp. 206-255.

BNC. Ordenanzas de Buen Gobierno. Adiciones a este Bando (nº 7152), 1824, p. 25.

Idem, p. 34.

Ibidem, p. 36.

Archivo Nacional de Cuba. Intendencia General de Hacienda. Legajo 7, nº64, 1826.

Biblioteca Nacional de Cuba. Ordenanzas de Buen Gobierno. Adiciones a este Bando (nº 7152), 1824.

Biblioteca Nacional de Cuba. Ordenanzas de Buen Gobierno. Adiciones a este Bando (nº 7152), 1826, p. 41.

Biblioteca Nacional de Cuba. Ordenanzas de Buen Gobierno. Adiciones a este Bando (nº 7152), 1827, p. 46.

Em duas posturas editadas no ano de 1828, Dionísio Vives se mostrou deveras preocupado com o incêndio em Jesus Maria, sobretudo porque aquele bairro comportava muitas fábricas de pólvora que funcionavam na ilegalidade. Cf.: Biblioteca Nacional de Cuba. Ordenanzas de Buen Gobierno. Adiciones a este Bando (nº 7152), 1828, pp. 49-50.

Archivo Nacional de Cuba. Miscélania de Expedientes. Legajo 441, nº 7, 1833.

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Publicado

2016-06-27

Como Citar

Lopes dos Santos, Y. (2016). A Havana de Vives Escravidão e vadiagem na dinâmica urbana da capital cubana (1823-1832). Revista Eletrônica Da ANPHLAC, (20), 27–47. https://doi.org/10.46752/anphlac.20.2016.2487